Pião
Bambeio pião sou louco
Pião girando puco
Na palma da mão
Ou então na tábua sou prego
Abrindo o olho cego
Da gente dessa nação
Que cala, consente, não fala
Se senta em sua sala
Pra ver a esculhambação
A gatunagem concreta
De uma gente que dá por certa
A sua absolvição
Não esquece que a hora não tarda
E quando não tiver mais nada
No que passar a mão
Pião bambeando não cai
Pois temos ainda um Pai
Que tem ponteira, e é são
Aquele que crê no seu braço
Lançado o pião no espaço
Bambeia, pião cai não