Quando a tarde diz adeus...
Detrás do outeiro esconde-se o sol.
Ah! É tão lindo esse arrebol!...
E é tão lindo — ao longe— o canto da acauã
quando a tarde enfim recua
e já se pode pressentir o brilho da lua,
e d’alguma viola, um acorde com afã.
Aos poucos a noite trás sua sombra
e o sereno vem molhar a alfombra...
É a hora — inda que morta— do Ângelus
e que os joelhos dobram por terra.
Em orações alguma alma se desterra,
viva ou morta ao peso de sua cruz...
A brisa então brinca com a folhagem
que parece soluçar com essa aragem...
Ou com os acordes teus,
ó trovador — que na varanda vela—
e com tua viola ao peito, sonha com “ela”...
É assim quando a tarde diz adeus...
( IMAGEM: GOOGLE)