CHORA!


Chora, copiosamente
Pela dor de ter perdido
O que nunca foi real,
Fruto da mente carente,
O que não foi possuído!

Chora, por desilusão,
E nem sabe que implora
Pela volta impossível
De um personagem lúdico,
Que foi sem nunca ter sido!

Chora, pelo que amou,
E diante do tal vazio
Que ficou, quando as cortinas
Se fecharam, de repente,
E a luz se apagou!

Chora, urrando de saudade
Ao ver morrer sua libido,
Por jamais ter conseguido
Satisfazer a vontade...
-E hoje, o sonho acabou!

Chora, e segue derramando
Pelo chão lúgubre e frio
Rios de lágrimas quentes
Mil preces benevolentes
Sobre um túmulo vazio...




 
Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 07/08/2015
Reeditado em 07/08/2015
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