CHORA!
Chora, copiosamente
Pela dor de ter perdido
O que nunca foi real,
Fruto da mente carente,
O que não foi possuído!
Chora, por desilusão,
E nem sabe que implora
Pela volta impossível
De um personagem lúdico,
Que foi sem nunca ter sido!
Chora, pelo que amou,
E diante do tal vazio
Que ficou, quando as cortinas
Se fecharam, de repente,
E a luz se apagou!
Chora, urrando de saudade
Ao ver morrer sua libido,
Por jamais ter conseguido
Satisfazer a vontade...
-E hoje, o sonho acabou!
Chora, e segue derramando
Pelo chão lúgubre e frio
Rios de lágrimas quentes
Mil preces benevolentes
Sobre um túmulo vazio...