Uma pessoa risonha

Eu queria ser uma pessoa bem risonha.

Risooonha...

Dentro da qual não coubesse nenhuma vergonha.

Vergooonha...

Mas cada um tem o seu jeitinho de resolver as coisas.

Que coisa...

Tanta coisa a se preocupar...

Tem hora que é melhor eu me ajeitar

Para parar de pensar bobagens.

Bobaaagens...

Quanta bobagem vem parar na minha cabeça!

Soltas, pirraças eclodem sem pedir licença.

E eu, aqui sozinho, de frangalhos até a nuca

fico sem nada para dar...

Drummond bem que me avisou

Essa incoerência não dá em nada.

Mesmo que tenha ampla filosofia

costumes de história e geografia

é bom sempre dar uns passinhos para trás...

Quem sabe assim

olhando a coisa de longe

mais ingenuamente

eu possa me dar ao luxo

de ter uma vida mais alegre

cheia de lembranças do Sr. Frederico

cheia de trastes do Sr. Manuel de Barros

onde o silêncio o passarinho

a praça e o humilde caminho

possam entrar em comunhão.

Desse jeito, eu poderei me alistar

no Exército que Deus tanto admira

onde, não importa os sofrimentos,

o riso é capaz de diminuir ferimentos.

Uma pessoa que estiver triste

daquele tipo o de não ter jeito

poderá nos chamar para resolver as coisas.

É por isso que eu quero ser uma pessoa bem risonha.

Vai ver não sobra tempo para pensar bobagens.

Vai ver não sobra espaço para nenhuma vergonha.

Leo Tomigawa
Enviado por Leo Tomigawa em 06/08/2015
Código do texto: T5337038
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.