Fugaz
O dia floresce leve, de mansinho
Escorregando sorrateiro sobre
Os ponteiros sôfregos do relógio
No prelúdio do crepúsculo
O que resta são apenas doces sonhos
Delicadamente presos a um solfejo
Resvalando o frescor de alvas pétalas
Sobre a noite, que debruçada sobre
As pálpebras magistrais do infinito
Rebusca estrelas vestidas só de poesia
Na impalpável pele nua do poente.
(Edna Frigato)