É mentira

Até coloquem palavras em minha boca... mas que nasçam poesias.

É mentira

Ouço aquele antigo e famoso soneto;

Aquele soneto penoso, faceiro e genioso.

Criou um rolo que rola pela rua ao desígnio;

Sopro do delicado açúcar que soa e sara como seiva na sua nuca.

Vou fingir ressentimento, pirar e respirar o mais fundo possível...

Vem passando o caminhão do fumacê.

Faça como fiz: coloque seus espertos óculos espelhados

E vire um servo que serve de espelho aos cabelos despenteados dos amigos.

Lá vem ele de novo!

- enganou-se o bobo na casca do ovo.

Teve tal sujeito sem jeito para quase nada,

Mas que fez cabana na colina.

Colhia taioba e fazia um refogado supimpa.

Tal homem babava – bebia sidra e dormia cedo, sonhava muito e muito sorria...

Era gente boa, boa bica, de boa índole – dependente de sol e insulina.

Lá vai ele de novo!

- é mentira!

André anlub

(23/3/15)