O Morto

Numa sombria estrada,

Um grito rompe a madrugada,

Em uma choça numa encruzilhada,

Vê-se o corpo de um homem.

De bruços à traição,

Camisa branca de algodão,

Trás no rosto uma cicatriz,

Que o tempo deixou até de mão.

Morreu um homem será justo ou não,

A vida pagou o seu imposto à custo,

A morte através de punhaladas sem juros,

E a chorar num canto uma menina.

Que roubou-lhe o pai deixando-a perdida,

O corpo deitado aos micróbios,

Ia se esquecer no acaso,

Das mágoas da vida e do ódio.

E partiu como entorpecido de dor,

Em uma noite fria de dissabor,

Agora nada mais era,

Já estava morto era só um corpo.

Teresa Cristina Monteiro
Enviado por Teresa Cristina Monteiro em 05/08/2015
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