o banquete da guerra

Uma pedra sobre o assunto

Não se fecha sepulturas

Só com pedras,

É um acontecimento,

Lágrimas... Murmúrios...

Gritos, dores, tijolos,

A subnutrição assassina,

A pólio condena,

O abandono reduz

Estas pequenas criaturas

Em grandes mártires.

É doloroso morrer o velho,

O que dizer do infante

Sem culpas ou glórias,

Só a condenação sumária,

Um número

E a mentira que se espalha

E ri horrendamente

Sua vitória!

Senhores:

Não se fecha estas sepulturas

Só com pedras...

Sergiodonadio.blogspot.com

O banquete da guerra

Quisera estar ao largo,

Navegando sem rumar

Para praia alguma quando

Tudo explode à volta

E se dilui, participo contrafeito

Desta hecatombe,

Não sou radical,

Mas não sou suicida,

Todos se posicionam,

Alguns sobre o muro,

Outros à frente, outros ainda,

Mais sensatos ou covardes,

Atrás das portas.

Que faria se fosse minha

Esta guerra? Não a guerrearia!

Tudo que sobra será derrota,

Não há ganhador ou perdedor,

Só estes montes fedentinos,

Saldo de cada guerra,

E de cada banquete,

Então, por que não banquetear

Se o fim é o mesmo?

Um nome na parede

0 que diz o nome na parede?

Seria donzela ou sonhadora

a senhora acostumada?

Seria nome de maestrina

Ou código do nada?

seria... vago nome na parede

De algum estudante lendo

As obras primas de Dante, ou

As obras de Dante às primas?

Seria a cor do covil?

Seria a forma do nada

o nome cravado a prego...

Seria um nome de santa

Ou o nome da outra?

Seria o nome da amada

Que bastou-se de saudade?

O nome grafado na parede,

Todos vêm nas letras a fada

Dos encantos sonhadores...

Seria um conto de fadas?

Um nome diz uma vida

sobre restos e garrafas...

E sonham, além dos nadas,

Um nome emparedado...

sergio donadio
Enviado por sergio donadio em 03/08/2015
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