Em meio aos lençóis

Sobre o sofá desmaiam meus pensamentos

Na penumbra frigida desta noite em prantos

As lembranças fazem-me refém deste vazio

Que não preenchem e não acalantam sonhos

As luzes venturosas se parecem fúnebres;

Desbotadas e anêmicas permanecem acesas

Lá fora, incertezas dos raios da manhã.

Acordam lentos, tristonhos e em agonias.

Trago, os cigarros numa só constante.

Fumaças calam-se em vazios círculos

A palidez envolve cavo deste triste hall

Fazendo-me acovardada pensando em você.

A refletir no espelho estão seus risos

Debochando e olhando-me com aversão.

Temporários foram todos os nossos delírios

Que um dia em meio aos lençóis, acalentamos!