A SINTA LIGA VERMELHA

SINTA LIGA VERMELHA

Preparem a chegada

do véu cortina

de seda fina

ela está covarde

sente um desejo

se aninha no canto

o pranto não desce

dos olhos

insolúvel profundo

mãos escondidas

do mundo

trêmulos cristais aguçados

olham de lado

querem ficar no profundo

do mundo aberto

ao emissário

das corredeiras

que extravasam

sua pele inteira

provocam a outra

que vitima em poucas

loucas histérica

rouca

alimenta a outra

quieta espera

das esferas

em que feras

fere o sonhador

visitante

no instante do sonho

fissura de sono

que morno perto

incerto desastre

de acordar sem nada

de pele alva

nos lençóis da clara

calma da cama

no escuro sínico

que vai embora

sem deixar marcas

preparem o véu cortina

de seda

ela vai querer

dormir cantando...