Abandono de mim
Abandonei-me!
Talvez tenha me esquecido,
de olhar-me com meus próprios olhos.
Sequei minhas lágrimas nessa paixão,
fui afoita, como dita o amor,
louca, segura do que quis.
Entreguei-me sem pensar,
sem medo de viver, de ser feliz.
Dormi inverno e acordei verão.
Mergulhando nas ondas do seu mar
naveguei por você.
Respirei a maresia desse amar
sem cogitar o talvez.
Sem não(s) ou porquês,
fui sua nesse infinito querer.
E sem buscar sentidos no que sentia,
simplesmente o quis na força que sou.
Abandonei-me no amor que me trouxe,
sendo sua, dei de mim sem medidas.
Procurando-me nesse abandono
encontrei-me na imagem doce
do amor que caminha ao lado
crescendo abusivo, tomando os espaços,
cuidando e sendo cuidado.
Virou amor o que começou paixão,
não tive dúvidas, amei!
Lambuzei-me no sabor do seu corpo,
Tomei do seu cheiro como animal no cio.
Tudo foi uma noite.
Depois da lua, vem o sol...
E na luz que guia meus passos
pelas terras de você,
continuo amando nas margens desse rio.
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