O Silêncio da Lua

Sempre que a lua se enchia,

um verso vazio no céu

me fazia pôr música nas palavras;

como recheio sonoro de afeto

na noite solitária, silenciosa e longa.

Hoje, quando a lua me olha,

sente estranheza no meu sorriso;

porque, mesmo lhe retribuindo o olhar,

não vem da sua luz

o brilho de alegria que ela vê.

Lembro-me desse tempo,

quando formávamos um triste casal...

quando a noturna distância

nos acendia uma cumplicidade muda e poética.

Hoje, quem está distante tem voz;

e a poesia não é necessária

como foi para preencher o silêncio.

A lua?...

ela continua com seu discurso silencioso;

agora, porém, estou tão surdo para a solidão

que não consigo mais ouvi-la

e nem rimar sua tristeza

nos versos tristes que não escrevo.

30-07-2015

Torre Três (R P)
Enviado por Torre Três (R P) em 30/07/2015
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