PARA OURO PRETO
Ladeiras que sobem e descem
Desencontram e encontram
Caminhos cruzados
E vidas lentas
De curtos passos
E olhares longos
E longínquos.
As janelas
Tão inúmeras
Observam caladas
Os passantes
E suas juras de amor
De ontem e de hoje.
Tão iguais...
Das janelas várias
Ouro Preto vigia a história
E ouve as confidências
E inconfidências
Dos que passam
Sem pressa
Em devagares olhares
E em silentes almas
Contemplativas e caladas.
E cochicham juras
E conjurações
Nas noites de lua cheia
E poéticos frios ventos
Pedras e janelas
Subidas e descidas
Desapressam os caminhantes
E desaceleram as almas
E brotam palavras
E brotam silêncios
Que das atentas janelas
Vigia a história
E ouve as confidências
E inconfidências
Dos que passam
Sem pressa
Em devagares olhares
E em silentes almas.