PARA OURO PRETO

Ladeiras que sobem e descem

Desencontram e encontram

Caminhos cruzados

E vidas lentas

De curtos passos

E olhares longos

E longínquos.

As janelas

Tão inúmeras

Observam caladas

Os passantes

E suas juras de amor

De ontem e de hoje.

Tão iguais...

Das janelas várias

Ouro Preto vigia a história

E ouve as confidências

E inconfidências

Dos que passam

Sem pressa

Em devagares olhares

E em silentes almas

Contemplativas e caladas.

E cochicham juras

E conjurações

Nas noites de lua cheia

E poéticos frios ventos

Pedras e janelas

Subidas e descidas

Desapressam os caminhantes

E desaceleram as almas

E brotam palavras

E brotam silêncios

Que das atentas janelas

Vigia a história

E ouve as confidências

E inconfidências

Dos que passam

Sem pressa

Em devagares olhares

E em silentes almas.

LUCAS FERREIRA MG
Enviado por LUCAS FERREIRA MG em 30/07/2015
Código do texto: T5328851
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