O Nascimento de Uma Poesia.
Parábolas indecifráveis,
Veias pulsantes...
Pensamentos constantes,
Ilusões cortantes.
A insípida realidade abstrata,
Deslizando sobre a fragilidade de meus dedos,
Meus medos perdendo espaço,
No papel manchado de tinta,
Querendo ganhar vida.
Não sou Deus daquilo que crio,
Vozes suaves recitam suas palavras.
Apenas as absorvo e as conduzo,
Em um clima de nirvana.
Não sinto nada ao meu redor,
Meu corpo anestesiado se toma em calor,
O suor no rosto,
O movimento nas mãos.
E depois de instantes de transubstanciação
Me vejo diante de algo divino,
Que de fragmentos de silêncios gritantes,
Sonhos transbordam diante de meus olhos,
Não para mim, que não sou teu dono,
Mas a todos que os olhos curiosos os devorar.