FOME

Existem aqueles

que perguntam:

Quem precisa

de poesia?

Afinal,

poesia enche panelas,

não enche despensas,

não enche barrigas,

e saco vazio

não para em pé.

Nem serve

uma sobremesa

gostosa na mesa,

desses de lamber

a colher.

Tudo dentro

dos conformes.

É certo também,

que se eu fosse

viver da minha poesia

morreria de fome.

Mas calma,

isto não é um lamento,

um chororô

desses não rimados.

Sou eu

quem precisa

da minha poesia

para alimentar

minha alma.