O poeta menino (XI e XV)

XI

Para anelar, eternizar e amar,

Que eu sinta o peito apaixonante e fino

Para buscar-te docemente ao mar,

Sou teu Romeu como o escritor menino!

Amor, serei perfeitamente atento,

Que a chama é o posto do poder eterno

No coração da rigidez que eu tento

Tocar deveras na paixão do inverno.

XII

Sei muito bem como me entendes isso,

És minha moça lindamente negra!

Não quero ser um cavalheiro omisso,

Eu sou autor para seguir a regra

E trabalhar com rigidez perfeita,

O romantismo, a morbidez e os males...

Que a inspiração da perversão deleita,

Com que tu leias e depois não cales!

XIII

Oh vossa vista do festim desnudo!

Musa, sem olhos do pudor alheio,

Oh corpo artístico que eu nunca mudo

Até assistir tanto tesão do anseio!

Teu corpo morno, perfumoso e nu

N'água do ardor para o prazer das pernas

Com gole ardente do calor que tu

Sentes as danças sexuais e ternas.

XIV

Amo-te tanto encantamento, linda!

Podes sentir o coração que eu trago,

Que é perfeitíssimo e querido ainda?

Por ti, querida, em sedução do lago,

Amo-te mais que intensamente vero!

Cheio dos beijos sensuais sem pejo,

Como eu te adoro eternamente e quero

Beijar na boca que eu seduzo e almejo!...

XV

Os meus amores do romance ameno,

Nada do puro satanismo mesmo!

Não sou revel e pervertido em pleno

Pecado vil e maldição sem esmo,

Hei de escrever os corações bonitos

Como as mulheres e o erotismo leve,

Os belos versos do viver sem mitos

Sobre a mulher do coração que obteve...

(Continuação...)

Lucasmunhoz
Enviado por Lucasmunhoz em 28/07/2015
Código do texto: T5326483
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