Perderam-se nos vãos...

Tenho dentro da memória alguns vãos

sombrios; aonde se destroem valorosas

lembranças que me são tão admiráveis!

São lembranças que me veem de relance

nos dias atuais, não esvaneceram de vez;

mas não se raiam cabais como eu anseio!

Quando as busco, é como se eu ao encalço

de uma lebre; avistasse, apenas, as orelhas

do animal tremulando por entre as pedras...

O doce da lembrança da infância é o mais

puro que restará no homem adulto. E se eu

devasto todos esses sabores naqueles vãos?

E, nesses escuros vãos, escondem-se até os

sonhos que não realizei. Em mim, saudades

deles regem neste peito, fluem desses olhos!

Agora caminho vazio por entre os seixos da

memória; tento falar dos amores, dos sonhos

e tudo nubla. Esvaíram-se os doces de mim!

IVAN CORRÊA
Enviado por IVAN CORRÊA em 28/07/2015
Reeditado em 28/07/2015
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