Perderam-se nos vãos...
Tenho dentro da memória alguns vãos
sombrios; aonde se destroem valorosas
lembranças que me são tão admiráveis!
São lembranças que me veem de relance
nos dias atuais, não esvaneceram de vez;
mas não se raiam cabais como eu anseio!
Quando as busco, é como se eu ao encalço
de uma lebre; avistasse, apenas, as orelhas
do animal tremulando por entre as pedras...
O doce da lembrança da infância é o mais
puro que restará no homem adulto. E se eu
devasto todos esses sabores naqueles vãos?
E, nesses escuros vãos, escondem-se até os
sonhos que não realizei. Em mim, saudades
deles regem neste peito, fluem desses olhos!
Agora caminho vazio por entre os seixos da
memória; tento falar dos amores, dos sonhos
e tudo nubla. Esvaíram-se os doces de mim!