OUTROS TEMPOS
OUTROS TEMPOS
Ah!! se possível fosse
Voltar ao tempo da saudade
Aquele tempo doce
Da sublime trivialidade
Em que o amor era mais lento
Exigia mais tempo
Para amadurecer
E a paixão crescer
Em que a amada não era
Amante ou ficante
Muito menos, já era
Em que a letra brilhava
Na carta apaixonada
Perfumada
Junto a uma flor
Normalmente vermelha
Flecha com centelha
De juras sem fim
E os passeios de mãos dadas
Os beijos roubados
Corpos a fim
Mas a hora marcada
A vizinha entocada
Impediam o enfim
O que vão falar de mim
E todo dia a despedida doída
Mais do que ferida
A paixão implodida
Impedia a dormida
Na cama vazia
Aguardando o raiar do dia
Para sem alforria
Aguardar o arrebol em agonia
E voltar a cena em angustia
E dizer mais uma vez
Eu te amo tanto
Te quero tanto
E receber o não
Por enquanto
Um beijo apaixonado
De amor guardado
Para o dia do enfim
Sós ( que saudade )