Ela, menina mulher
Lá está ela, menina mulher,
convidando quem quiser
para lhe escutar,
rimar...
Toda concentrada,
cheia de pensamentos, mas calada,
com um lápis e papel em sua mão,
querendo invadir o coração
daquele que nessa viajem também quer embarcar,
e lhe ajudar a remar...
Lá está ela, com seu navio invisível,
desejando deixar uma mensagem no inteligível
daquele que em tempestade se vê;
diz ela: Venha cá, escreva e lê...
Entrega-lhe uma folha em branco e uma semente de rosa,
grita: cuidado, pode ser espinhosa!
E aquele ser que diante dela está, fica sem entender
o que no papel escrever...
Ela se pronuncia: a rosa é para cuidar,
adubar,
e sua alma que disse que estava vazia,
indecisa e fria,
já vai melhorar...
Sinta a brisa, fique a levitar...
E agora a pessoa entendeu
e depressa respondeu:
neste papel branco, claro e bonito,
não colocarei meu pranto.
Com a rosa crescida,
escreverei sua vida.
Sei que ela vai crescer ficar linda e pura,
como a alma de uma criança cheia de doçura.
E ela, menina mulher
que chamou quem quiser
para lhe escutar,
satisfeita a próxima viajem está a planejar...
E assim com um sorriso tímido e meio desconcertada,
ela vai seguir calada
pensando nas almas que poderá salvar
quando pegar outra folha e suspirar.
Ela se declara pássaro livre sem asas, que sabe voar...
Ela vê o fim de seu escrito e lentamente volta ao seu ninho,
igualzinho um passarinho.
Traz pausa as suas palavras,
vira poetisa amadora cheia de brasas;
que o tempo todo se abastece e quer escrever,
algo que mude o mundo e faça sua vida de luz se encher.
E usará a brasa para queimar,
as tristezas que pairavam pelo ar.
Ela por fim, quando precisar descansar
feliz vai estar em ver a rosa jamais secar.
Ela é assim,imperfeita,
Mas quer lhe ajudar a plantar sementes e contemplar uma bela colheita.
Ela, menina mulher
que chamou quem quiser
para lhe escutar,
no mundo a sua marca quer deixar.