AS CENAS DO ATÍPICO
AS CENAS DO ATÍPICO
Rouxinóis calados
observam o sol
nasce os olhos do dia
ante a noite
úmida gélida e fria
reservada aos anfíbios
que toscas aves
ninhos perfumados
acordados no brilho
intenso reflexo lunar
sobre brumas
sonham?
dois desastres
um andante mais a frente
outro presente
travado no esteira
de uma estrada
velha “ponte”
que atravessava
rios a outros mundos
grasnava aos holofotes
do palco
eu vinha divertido
no embalo doce
da querida amante
de onde veio
este caminhante
covarde
que a morte trouxe
amargo verso
de fim que arde
nos olhos calmos
de quem vai embora
ela sonhava!
que perfume belo
tem o que de singelo
possa ser amiga
uma mulher
de um homem
que mede o tanto
de equilibrio
vem o algoz de defuntos
causados
pela mesma áurea
possuída do comum
vingar-se nas entranhas
pra ser ele o uno
único por falar
perto dela
serei sonho apagado
talvez sonhei demais
talvez sonhei
sozinho!