FARSANTE SEM PLATEIA
Por tantas vidas insisti em embriagar meus tombos,
embalsamando as rédeas que me seguravam e benziam
deixando a cor chorar até secar.
Por tantas vezes fui farsante sem plateia
farsante de mim mesmo
e achava que era por aí mesmo.
Por tantas vezes matei meus passos,
destrocei meu suor e coloquei meus medos em banho-maria.
Nada disso foi feito por capricho ou teimosia.
Foram meros apetrechos da minha casta,
pedaços mal cozidos do meu próprio entender,
do meu mais agudo jeito de ser.
Achava que estava sozinho nesta parada,
sem ecos nem degraus ocultos.
Achava que era este meu jeito de cerzir as coisas,
entendendo assim o repercutir do que chamam de vida.
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