Sobre a morte
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Sobre a morte
Creio que a vida, apesar das agruras,
leva de nós algumas alegrias,
intercaladas de paixões.
Revigorar a existência – que tortura –
faz da vida magia,
apesar das perfurações.
Vasos invadidos, pontes desiguais...
Ai como dói a dor doída da cirurgia.
Lentamente, a recuperação.
Dói, mas essa dor, doida e doída,
ela se vai.
O que resta é a alegria – beleza, vida!
Pessoa amiga, de valor desmedido.
A existência é passageira...
Restarão as lembranças, a magia;
entre a certeza e a indecisão.
Não clame pela ousadia do tempo:
temos nosso dia e isso é medido.
Esperar com luta – eis a profecia.
Jocosos desejos de homem sagaz.
Ultraje os prognósticos e ame, amigo!
Não um amor de menino, mas voraz!
Indo e sentindo o sabor da menina...
O que há de mau nisso? Use a libido!
Rasgue-se e ame, ame demais...
Jurei que não haveria choro.
Nossas portas serão una.
Nada de sofrimento, nada de dor.
Ignore a partida serena de Guma...
O mar da vida é o mar da morte!
Rezemos, apenas, e boa sorte!
Juazeiro do Norte-CE, 12 de março de 2007.
12h09min
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Do meu livro 'Anversos de um versador'