Toada Brasileira

Cadê o Jorge o João
o gafanhoto que toca violão
na peugada do manjerico
por terras do lampião

Cadê a formiga trigueira
nas terras do Zé camaradão
com sorrisos para as meninas
na peugada do além terrestre

Cadê do Fernando grilão
com seu jeito desengonçado
ao luar na escuridão
da bonequinha falante

Cadê você seu malandrão
que desonrou a menina
filha do ricão
em busca do milho

São planícies correndo
pela vadiagem do chorão
por carreiros esventrados
no ocaso da solidão

Cadê o papagaio resmungão
das falésias empedernidas
pela estiagem do vento suão
propagado pela intempérie

Nos tempos da perdição
a tristeza abunda
e quem sou eu para negar
cadê o limão espremido cadê?


 

 

pedrovaldoy
Enviado por pedrovaldoy em 18/06/2007
Reeditado em 08/02/2010
Código do texto: T532229