Toada Brasileira
Cadê o Jorge o João
o gafanhoto que toca violão
na peugada do manjerico
por terras do lampião
Cadê a formiga trigueira
nas terras do Zé camaradão
com sorrisos para as meninas
na peugada do além terrestre
Cadê do Fernando grilão
com seu jeito desengonçado
ao luar na escuridão
da bonequinha falante
Cadê você seu malandrão
que desonrou a menina
filha do ricão
em busca do milho
São planícies correndo
pela vadiagem do chorão
por carreiros esventrados
no ocaso da solidão
Cadê o papagaio resmungão
das falésias empedernidas
pela estiagem do vento suão
propagado pela intempérie
Nos tempos da perdição
a tristeza abunda
e quem sou eu para negar
cadê o limão espremido cadê?