O MISTO VARIADO DO EU
O MISTO VARIADO DO EU
A festa do intrépido
recluso
trepido de abuso
no corpo jogado
sobre a cama
não ama mais
o mesmo amor
que por dias cantava
dores queridas
no corpo amado
por outros
suas dores vestidas
eram desejos
que o alejo
prometia a si mesmo
e calor vindo de fora
tem um pavor
de cerca
tem a força secreta
que alimenta
ele precisa do gosto
purificado do sexo
as coisas das garras
amarras do dia
o cotidiano vero simio
escapam toda noite
a madrugada
ensina olhando faróis
nas neblinas
do sonho
de estar viajando
soltando nuvens
doces ervas
delirando a vontade
no paraíso de eva
tudo ainda por
começar
quando o porteiro
foi descansar
poucos minutos
de vida
ao alcance
pouca chance de insulto
ao famoso
olhar perigoso
de tudo que toca
e ganha vida
por nome de vida
só matéria viva
que nada vivo
está no que foi dito
escrito
permitido
sentido
origem do caos falido
quer juntar as peças
no que a festa
do intrépido recluso
trépido de abuso
olha os fundos
nada começa
as bebidas na sala
o covarde assiste
as meninas dançando
eles tramando
ele vai ao encontro
do escuro
onde pode vingar-se.