viver-co-existir poesia
meus segredos estampados
aos farrapos
cozidos e costurados
por entre as paredes de mim
são sangues
contaminados pelos virus
e bacterias
de desertos ficticios
dos prazeres dos vícios
profundos
imundos e sujos
de minh'alma
nutrida pelos desejos
esculpidos
por entre os dedos
das ventanias
empoeirads das ferrugens
obscuras tenazes
e alviçareiras
como os estorvos vis
que se esquivam
moribundos
na gravitação orbital
so meus medos
segredos esguios
que invernam por entre as razões
que a poesia emana
soberana por entre os altares-mor
de minha religão embebida dabeleza
de ser andarilho das palavras
que cheiram
a verdade
e anseiam
viver-co-existir
poesia