Um aceno
A tarde caía
puxando a noite por um fio.
O sol se esvaía
no horizonte um chio.
Tudo tão perto
tudo tão longe...
meus dedos cruzados pediam sorte.
Suas mãos apontavam os barcos
estampados na minha camisa.
Acenando a viagem se despedia
trêmula sem bagagem.
A chama da vela
crepitava na melancolia.
Eu mergulhava no silêncio
da casa ficando vazia.