Na contramão de Álvaro de Campos
Não quero
Feito ou feita
Álvaro de Campos
Dizer “se”...
A esta altura,
olhei para a esquerda!
Neste momento,
ouso dizer sim e não!
Hoje, elaboro palavras acordada
e não hesito em enviá-las a ti.
Neste inteiro do universo, sou
sensivelmente levada a ser outra, para ser eu.
Virei-me. Olhei para os lados.
Não estou perdida.
Nem há lado perdido.
Digo. Estou no presente.
Palavras e frases habitam em mim.
Desveladas, desconstruídas, renutridas.
Estou aberta, inconclusa.
A matéria em movimento...chama...
Não doerei de não ser.
O que me dói, dói hoje.
Dói o amor.
O mesmo que me salva.