Negócios

Quão caro te sai

O tanto que te cobra

Nunca se paga por nada

Nunca sente que sobra

E sempre está em dívida

Com o que fez ou deixou de fazer

E a eterna cobrança

Em ansiedade, te traz o prazer

Só se pode querer,

Sempre novas contas

Penduradas no pensamento

Esperando serem rasgadas

Entre novas contas reveladas

Um débito consigo mesmo, imenso

E antes de tudo pago,

Te deves o silêncio

E o frio comportamento

A qualquer instante

Não erguer ressentimento

Questionar a conta errada

Desconsiderar a conta errante

Quem não te paga por igual

E traz ao conflito, o preço casual

De toda vez por uma

A quietude lhe presuma

Ouvir o silêncio é essencial

Pagar o mundo sem pedir troco

Dar negado, quando solicitado:

"-Quer algo pra hoje?

-Não, nunca mais, obrigado"