O MITO CRIA VALSAS
O MITO CRIA VALSAS
A chuva não diria nada
ao pingos deixados
na calçada
apagado pelo tempo ruim
tempo em fim
da estação onde
parou o ultimo trem
que você levou embora
o que de feliz possa
ter conquistado de mim
minha deusa das outroras
o calor das montanhas
ao norte
beiram abismos inteiros
verdadeiros contos
da morte
queria poder atirar
ao vento polens
queira poder vagar
por pólen
até desejar alguém
que possa ser
flor querida
por querida
deixar-se vingar
o p´ra sempre
deveria ser algo
pra sempre nunca dito
lembra aquela hora
no começo da tarde
você corria mais rápido
num lapso esquisito
desviei a rota
do curso de veras-passion
o primeiro minuto
que desperta amor
no outono da ilusão
o frio das minhas entranhas
queria me dizer
mais do que a razão
perdida
n’outra ilusão
desejando
outra visão
que não a visão do belo
o modelo que permite
andar de máscara
prefere a casa
dos conformes
o amor nasce selvagem
dorme selvagem
acorda vestido...