Excessos

E o tempo continua arrastado.

Nada mudará antes que eu tenha mudado.

Então, pouco espero, apenas vejo acontecer.

Inerte como um expectador sem importância,

aproximo-me de uma outra distância.

Exonerando o compromisso de meu viver.

Hoje ainda me doem todas as dores,

quando separo as presenças dos favores,

e pouco ou quase nada ainda posso ter.

Nunca me enganaram os excessos de gentilezas,

dissimulando outras indelicadezas,

que agora, me fazem sofrer.