Volver à democracia
O passado passou o papel a limpo
A estória desembaçada, a quimera
O despertar de Hera
Saltitando o rubor do Monte Olimpo
A democrática república beijada
Pelo investimento a curto prazo
O sibilante sino, atraso
Dão as migalhas aos passageiros
Esperam garantias derradeiras
Destelham das mentes
as empreiteiras
Desnudam o valor do humanismo
Recobrem de pó e de vergonha
A estátua solene e tristonha
É o cântico despretensioso
Dos que nadam temem
Fecham as cortinas e a ribalta
A gente mais ardilosa e peralta
Draconiana
Ansiosa por ouvir os que gemem
Quem passará protetor e pavor
Os que estiverem multidimensionados na rua
Os andarilhos contam estórias suas
Os segurados investem sortes cruas.
17 jul 2015
Vinicius Santana