CAIS TRISTE

É de manhã

o suor vai fica imerso e quieto,

o sangue desmata meus poros

a voz baixa a guarda.

É de manhã

todo medo se decanta pra partir,

desejos se aglomeram atônitos,

a mão toca o que não era pra tocar.

É de manhã

cada riso áspero fica escuso,

as esperas ficam ofuscantes

o tempo fica sisal, só sisal.

É de manhã

meu cais está triste,

tantos sonhos acuados no mesmo baú

tantas fantasias encardidas bambolê tardio.

É de manhã

memórias viram anciãs,

meus pés estão podres de tanto procurar,

minha fé está desparafusada como nunca quis.

É de manhã

volto para cama e trago perdão

esqueço dos arranhões que tanto fiz

e refaço minha alma como sempre mereci.

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Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 17/07/2015
Código do texto: T5314362
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