CAIS TRISTE
É de manhã
o suor vai fica imerso e quieto,
o sangue desmata meus poros
a voz baixa a guarda.
É de manhã
todo medo se decanta pra partir,
desejos se aglomeram atônitos,
a mão toca o que não era pra tocar.
É de manhã
cada riso áspero fica escuso,
as esperas ficam ofuscantes
o tempo fica sisal, só sisal.
É de manhã
meu cais está triste,
tantos sonhos acuados no mesmo baú
tantas fantasias encardidas bambolê tardio.
É de manhã
memórias viram anciãs,
meus pés estão podres de tanto procurar,
minha fé está desparafusada como nunca quis.
É de manhã
volto para cama e trago perdão
esqueço dos arranhões que tanto fiz
e refaço minha alma como sempre mereci.
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