Poema de Gaveta

Meu poema de gaveta

que ficou, lá esquecido

abriu a porta fechada

do meu coração rendido.

De novo acendeu meus olhos,

agitou minha emoção...

Embriagou-me de sonhos,

adulou minha razão.

Revivi coisas vividas...

Senti as coisas sentidas...

Nova palavra surgida,

outro poema, rendou...

Vestiu-se de novos versos...

Novos ares respirou...

Em mil outros universos,

novas rimas costurou...

E o poema encontrado,

ganhando ares de agora,

segue pelo mundo afora,

como se hoje, cunhado...

O verso nunca caduca

nem muda o seu conteúdo.

Ouro no crisol, contudo,

se real nunca se apouca.

Siga, vá, de boca em boca...

Ganhe campo, se desdobre.

Como estouro de pipoca,

ganhe aval de coisa nobre.

Era pobre, acabe rico.

Era nada, e tudo seja.

Odisseico e até pacífico

tenha sabor de cereja.

ANA MARIA GAZZANEO
Enviado por ANA MARIA GAZZANEO em 16/07/2015
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