alter ego

Desapontamento

Quando desvanece o sonho

A esperança tropeça...

Na paz de saber-se vencido

Já nada mais interessa.

A noite jubilou-se em festa,

A manhã entristeceu-se

O dia fez-se realidade

Entre a dança e a verdade...

O mato cresceu de novo

Para ser roçado inda hoje

Entre suores e lágrimas...

O limite entre claro escuro

Na paz de saber-se vencido

Quando desvanece o sonho.

Rascunho

Todo o rascunhado está feito,

Do verbo que se fez gente,

Da pedra que se fez diamante,

Do pássaro conhecedor

Dos mundos vistos de cima,

Mas feito pela metade...

Falta um perfil mais perfeito,

Um diamante vindo pronto,

E pássaros contando viagens...

As pedras são amontoadas,

Viram casas, represam água,

O fogo domesticado já ajuda...

Mas o homem tudo estraga,

Estamos rascunhando planos

Para um tempo que sobrevirá.

Há que se tirar esta dúvida:

Quando o mundo começará?

Alter ego

O outro eu

Sobrepõe-se

Ao dia a dia

Com suas minhas

Fomes cotidianas,

Banais, mundanas,

Ocasionais?

Altera a percepção

Das necessidades...

Agora preciso mais

Da palavra, amiga,

Sólida, líquida,

Exatamente

Descomedida...

O outro se faz eu

Sob essa medida.

Sergiodonadio.blogspot.com

sergio donadio
Enviado por sergio donadio em 16/07/2015
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