Amor noturno.
são nas noites mal dormidas
que me lembro que te amo.
Nessas noites devoro-te
cada página de sua escrita
concreta, minimalista, semiótica.
Desfaleço me lembrando de seu riso torto
me lembrando da sua voz me chamando de menina
me lembrando do verde cintilante da sua retina
a me consumir... cada célula pertencente a ti.
Quando amanheço
as nevascas, da solidão e da realidade,
me acordam do sonho que não tive
e assim me torno iceberg outra vez.
Ah... essa saudade realista...
Me mata,
dilacera o meu coração,
me faço fria pra não morrer de amor...
no labirinto me privo das possibilidades
e assim sigo a vida
... até prefiro...
do que me iludir com teu verde absinto.