o velho e o relógio
Essas manhãs
Acordam diferentes...
Hoje se fez sol,
Ontem se fez nuvem.
Amanhã quem virá
A ser feito?
No voo do pensamento
Não acompanho,
Estou cansado
De seguir estranhos...
A cada viajem que faço,
Em verdade ou sonho,
Continuo provinciano...
Os dias se atritam...
Um indo outro vindo,
Cada qual com seu ritmo.
Pessoas não deveriam
Deixar saudade.
Quando se vão,
Irem de verdade.
A vida está dura
Mas tenho a alma em festa,
Não deslumbro com coisas...
Como Cecília, sou poeta.
Quando nos vemos
Quando nos vemos
O que vejo é a paz.
Quando nos vemos
Vislumbro coisas boas...
Que você me traz.
Quando nos vemos
As dúvidas se dissipam,
As dívidas se quitam...
Quando nos vemos
As falhas se consertam.
Quando nos vemos
A briga vira festa!
O tempo dirá
Quanto vivemos,
ou morremos,
Em cada tempo
Entre o vir e o ir embora
Do tempo agora.
O ontem, o amanhã,
O que pode para o amanhã...
É bom prestar atenção
Em cada tempo feito,
Que será semente
Para cada tempo
Esperado ser.
Não é vazio
O saber plantar
Para saber colher.
O velho e o relógio
Do livro Abrigos
Quase imperceptivelmente
Olho as rugas, o olhar cansado,
Os dentes amarelados...
Mas, quando fala as ideias claras
Brilha sua esperança
Escondendo as saudades...
Aí seu Omega de bolso bate horas
E volto a identifica-lo:
Suas horas estão no passado.
Sergiodonadio.blogspot.com