VOCÊ SÓ NÃO PODE PLUNAR
Você pode tudo nessa vida,
roubar, matar, enganar, dissimular,
trair, aprontar o que quiser, só não pode plunar.
Você pode armar ciladas,
fingir, postergar, errar o tom, não importa,
só não pode plunar.
Você pode recuar, subornar,
mentir adoidado, só não pode plunar.
Você pode torturar, marcar bobeira,
enlouquecer, só não pode plunar.
Você pode ludibriar Deus, você pode horrorizar Deus,
você pode assombrar Deus, você pode virar Deus,
só não pode plunar. Nunca mesmo.
Talvez se pergunte agora que raios é esse plunar.
Plunar não existe. Pelo menos até agora.
Plunar foi inventada há pouco só para perturbar você.
Pra te mostrar que quanto mais acharmos que
temos o conhecimento enfurnado dentro da gente,
quanto mais tivermos a certeza de que conhecemos
o jogo, seja ele qual for,
sempre terá algo inesperado a surgir.
Vivemos num mundo das certezas absolutas,
nos achamos "o tal" em tantas coisas,
e, quando menos esperarmos,
aparecerá uma "pedra no sapato"
pra nos perturbar, detonar o nosso sono,
fazer toda essa pretensão de que somos
o rei da cocada preta
cair por terra, se esfacelar, virar pó.
Plunar é o caminho de volta
à nossa condição original de seres humanos,
frágeis. carentes, afoitos por qualquer novo conhecimento.
Plunar é o atalho para incorporarmos
nossa forma original, seja lá o que isso foi
algum dia.
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