À sombra das meias horas

À sombra das meias horas

Estamos sobre taboas podres,

Uns a meio caminho do nada,

Outros despercebidos ainda...

Mas todos sobre a mesma taboa

Apodrecida de más intenções...

A colheita não é suficiente

Para a fome de carências...

Uns estagnados em terra,

Outros viajando sem destino,

Alguns sem morada em desatino

À sombra dessas horas contadas

São meias verdades lacradas

Entregues aos moribundos,

Esses que já se vêm mortos

São os mais infelizes.

São meias horas esperadas

Nesse latifúndio.

Enquanto eu dormia

Enquanto eu dormia

Passou-se a ocasião preciosa

De invenções e manipulações,

Cada coisa em seu lugar

E tempo...

Enquanto eu dormia

A cidade virou metrópole,

Sangrando e costurando

Obras no subsolo e

Nas pessoas...

Enquanto eu dormia

Tu dormias... E, de pronto

Desaprendemos a esperar

A esperança de reviver

Dia após dia.

Enquanto eu dormia

A poesia pôs-se a trabalhar

Nossas mentes distraídas

Esquecidas de aprender...

A vida...

Mala

Não tenho a mala pronta

Mas a alma para viajar...

Quero conhecer os mares,

Outras pessoas,

Outras cachoeiras...

Quero me ater às forças

Veladas de cada parede...

Pensando bem, acho que

Tenho a mala pronta

Para viajar os sonhos

De procurar tesouros

Onde possa a vida aportar.

sergiodonadio.blogspot.com

sergio donadio
Enviado por sergio donadio em 14/07/2015
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