DOR DOÍDA

O cheiro de terra molhada,

Me leva a uma estrada quadrada

Onde nos quatro canto me encanto

No encontro do conto da mocidade.

Na velha cidade há bondade,

Sem medo, sem juízo, sem talvez,

Sem meia boca, sem meias palavras,

Sem meias, sem calças.

Nua nas ruas da cidade outra vez,

Onde na mocidade: vivi amei e fui rei.

Reinei nos quatro canto da minha terra,

Que molhada veio a lembrança da amada que por

Lá um dia deixei.

Joguei capoeira, brinquei de roda, bola de gude.

Nos quatro canto da minha cidade fui rei!

Reinei, até que um dia, talvez por ironia

Me perdi por um caminho que nem mesmo sabia

Que amar doía, uma dor tão doida de uma febre ardida e louca

Que hoje ainda não sei:

Onde errei meu amor?

Onde errei?

Onde?

Errei?

Não sei.

Gusmão Cavalcante
Enviado por Gusmão Cavalcante em 14/07/2015
Reeditado em 17/06/2016
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