DOR DOÍDA
O cheiro de terra molhada,
Me leva a uma estrada quadrada
Onde nos quatro canto me encanto
No encontro do conto da mocidade.
Na velha cidade há bondade,
Sem medo, sem juízo, sem talvez,
Sem meia boca, sem meias palavras,
Sem meias, sem calças.
Nua nas ruas da cidade outra vez,
Onde na mocidade: vivi amei e fui rei.
Reinei nos quatro canto da minha terra,
Que molhada veio a lembrança da amada que por
Lá um dia deixei.
Joguei capoeira, brinquei de roda, bola de gude.
Nos quatro canto da minha cidade fui rei!
Reinei, até que um dia, talvez por ironia
Me perdi por um caminho que nem mesmo sabia
Que amar doía, uma dor tão doida de uma febre ardida e louca
Que hoje ainda não sei:
Onde errei meu amor?
Onde errei?
Onde?
Errei?
Não sei.