manifesto não tão moderno
não quero a escavação do corpo ou
o impulso em direção ao barranco,
nem quero acompanhar
pedaços de papel esvoaçando
para dentro das gavetas.
não quero informações facilitadas
mas inutilizadas pelo esquecimento,
não quero medos institucionalizados,
silêncios programados ou
ritos sufocados por mentes
que pensam, mas não sentem.
eu quero os pés na terra,
vento em meus abraços
e o reflexo do mar em meus cabelos.
eu quero um riso de verdade,
um choro de verdade,
qualquer expressão que seja mais
que concretos da imobilidade.
e quando eu não for mais
que o eco de um corpo
que fiquem as palavras e
os beijos que deixei
nos olhares de todos que amei.