PORTO VAZIO
Marlene Constantino

Podia se entregar
a um belo sonho, ao mais ardente desejo.
Fazer do tempo momentos vivos
um agora florindo o peito
como um jardim na primavera.
Podia arrancar
das horas, cânticos, os mais vibrantes.
Que pena!
Nenhum vento a favor,
Nenhuma guia no céu, nenhum farol;
Nem mesmo um gemido na noite
que fizesse correr,  agarrar-se a qualquer sentimento!
Que pena !
O dia não amanhece fora de hora,
nem o destino joga com cartas marcadas.
Que triste !
quando as palavras choram seus restos de mar
num porto vazio.

17/06/2012
Marlene Constantino
Enviado por Marlene Constantino em 13/07/2015
Reeditado em 04/10/2016
Código do texto: T5309051
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