UM SONHO DE LIBERDADE
As dores do meu pais, as levo, comigo,
Nas bandeiras pelas ruas desfraldadas,
Em vigilias pela minha mocidade cantadas,
Solidarias, ao anseio do meu povo sofrido...
Pelas ruas, minha mocidade, protesta.
Leva, nas mãos e no peito hasteada
A flama da Liberdade, há seculos sonhada
Por nossos herois de almas em festa!
Meu Brasil abatido, meu povo amordaçado!
Os generais de cinco estralas, ostentam
Espadas luzentes que, sem pejo, sustentam
Rasgando a historia, afrontando, o passado!
E, a mocidade do meu pais, nas ruas enfrentando,
A truculencia das botas e, os tiros de canhão,
Resistem a tirania, com a esperança, na mão,
Cabelos ao vento, seus sonhos, cantando.
A juventude do meu Brasil, segue de pé!
Não dorme, permanece na tricheira,
Abraçada ao ouro-verde da nossa Bandeira
Sagrado pendão de igualdade, amor e fé!
( Este poema, foi escrito entre março e maio de 1968, quando no Terceiro Ano, de Direito tivemos, em plena Ditadura Militar a EDIÇÃO AO AI-5 e muitos dos nossos Colegas de Faculdade, foram perseguidos
coincidentemente neste mesmo periodo de 1968)