RÉQUIEM
RÉQUIEM
Caminhando
Passos largos
Pela via cheia de luz
Não pesa a cruz
Segue superando obstáculos
Águas, pedras, ilusões
Sal, secura, perdões
Aos poucos a luz
Vai esmorecendo
Os passos já não são
Largos tão
Mas ainda são firmes
O corpo suado
O manto rasgado
O esforço dispendido
As contrações da face
Agora já são rugas
A luz já é mais fraca
Aproxima-se o ocaso
As luzes artificiais
Acendem-se
Mas sem o mesmo brilho
Não conseguem
Iluminar todo o caminho
Sombras se fazem presentes
Cada vez maiores
Embora as luzes sejam
Tênues
Súbito um som
Trombetas soam
Assustadoramente
Sem clemência
Anunciando o réquiem
É o fim da caminhada
Ao etéreo, ao nada
Um último olhar para trás
E o nada também lá está