Autêntica
Ah, não passo pelo mundo em brancas nuvens...
nem sou lírio, angelical e coisa e tal...
Se sou parte o não fugir é meu denodo,
visceral, mergulho ao fundo e rasgo o véu...
Lambuzo-me do escuso, ser mortal...
Quebro a cara e mostro a escara sem temor...
Mais horror me toma agir como emissária
de algum ser que me prostrou na escravidão.
Sobre nada, o que me acaba é ser fingida.
impedida pela brida, a ser quem sou,
me abstenho da ilusão de ser um deus.
Berro e sangro, rego o pranto que me lava...
Mando à fava essa mesmice que me anula.
Nua e crua é a aparência que me adula.