Versos Fúnebres
Da progressão aritmética dos sonhos
Saltam sonetos sepulcrais
Adornados de crânios, cérebros e inúmeras tíbias...
Silogismo inevitável
Sopra o vento da noite morta de outono
Desnuda-se a potente e lúbrica mentira
Anjos negros, desnorteados viajantes;
Algozes vis
Cantam em coro a hedionda
Sonata do luto e do choro
Em gozo dançam sobre ossos funestos
Satirizam o sentir latente do poeta
Descendo das estrelas de safiras
Tântalo sedento se aproxima...
Com um clausuro negro, magistral
Desprovido do liquido vital
Já se sente o visco putrefeito
Os dentes reluzindo como afiado punhal
Soluços implacáveis ecoam pelo ar
E em êxtase poético um par de asas brancas de arminho
Mistura-se ao azul magistral do infinito.
Edna Frigato