Versos Fúnebres

Da progressão aritmética dos sonhos

Saltam sonetos sepulcrais

Adornados de crânios, cérebros e inúmeras tíbias...

Silogismo inevitável

Sopra o vento da noite morta de outono

Desnuda-se a potente e lúbrica mentira

Anjos negros, desnorteados viajantes;

Algozes vis

Cantam em coro a hedionda

Sonata do luto e do choro

Em gozo dançam sobre ossos funestos

Satirizam o sentir latente do poeta

Descendo das estrelas de safiras

Tântalo sedento se aproxima...

Com um clausuro negro, magistral

Desprovido do liquido vital

Já se sente o visco putrefeito

Os dentes reluzindo como afiado punhal

Soluços implacáveis ecoam pelo ar

E em êxtase poético um par de asas brancas de arminho

Mistura-se ao azul magistral do infinito.

Edna Frigato

Edna Frigato
Enviado por Edna Frigato em 12/07/2015
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