UMA LÁGRIMA

Uma lágrima que desponta

Vertendo a penúria de um coração

Dá margem à profusão de águas

Que percorrem e inundam os vincos do tempo

Aquecidas pelas mais diversas emoções

Rolam céleres à procura do próprio fim

Dos pingos aos borbotões

Ardentes e salinas, queixosas de solução

A cada soluço um impulso

Um desaguar abundante

Até que as águas polvorosas

Afastem as lembranças dolorosas

E cessada a revolução

Serenadas as águas revoltas

Sobre um terreno remexido

Pronto para nova fecundação

Ci Moreira
Enviado por Ci Moreira em 12/07/2015
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