UMA LÁGRIMA
Uma lágrima que desponta
Vertendo a penúria de um coração
Dá margem à profusão de águas
Que percorrem e inundam os vincos do tempo
Aquecidas pelas mais diversas emoções
Rolam céleres à procura do próprio fim
Dos pingos aos borbotões
Ardentes e salinas, queixosas de solução
A cada soluço um impulso
Um desaguar abundante
Até que as águas polvorosas
Afastem as lembranças dolorosas
E cessada a revolução
Serenadas as águas revoltas
Sobre um terreno remexido
Pronto para nova fecundação