ABISMOS

voo para o miolo da alma

escondo da estupidez humana

na incômoda solidão

guardando íntimos desejos

em silêncios covardes

tento escrever uma poesia densa

renascer a cada verso

mas minha vontade

é pertencer aos telhados

ser o grão levada pelo vento

ao chão dos abismos

distorcer -me em miragens

voltando ao seio do êxtase-poemas

ou em fragmentos azuis da alma

guardando os pedaços-restos

das caminhadas ainda vivas.

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JF/MG-28/06/2004-10h23

Maria Thereza Neves
Enviado por Maria Thereza Neves em 10/07/2015
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