ESPERANÇA

Trabalhei loucamente na areia
Contei freneticamente todas as nuvens
Calculei exatamente todos os ventos
E, lentamente, passou-se a vida.
Um dia, quando menos esperava
A morte bateu à minha porta.
Naquela milionésima fração de tempo
Todas as dores, temores, horrores.
Sozinho, nos labirintos de uma madrugada
Sucumbi.
Sob as garras do indizível
Aportei no vale da morte:
Pânico, depressão, desespero.
Longos anos.
Dura dor.
Um dia terei de novo
A leveza de uma criança?
Não sei.
Ainda me resta
Camo dádiva
Esperança.
Agamenon Almeida
Enviado por Agamenon Almeida em 17/06/2007
Reeditado em 02/07/2007
Código do texto: T530612
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