Entre Sonhos
Encontro as manhãs como elas são.
A carência do sol não supre a vida.
Sempre que o sinto filtrado,
E coado, entristeço.
Num vidro de janela embaçado.
Sons chegam até o íntimo,
Imagino...Desvaneço...
Volto a realidade.
O escuro apossa-se de mim,
Acendo à luz que o espelho reflete
Desdobro-me incoerente, mas tranquila.
Sonhos d'água.
Escorregam-me os fios.
Perco-me em deslumbramento.
Um tom roxo traz-me nostalgia,
Fujo do sono acordada,
Na realidade despeço-me.
Busco outros sonhos,
O sonho confunde-se a concreto.
Mas é frágil como vidro de cristal lacrado.