THE CHRISTIFY
DISPARATE
 
 
O que conta
as entranhas dissecadas
pelo outro
na falta de risco
que o outro promete
num risco desenhado
pra ser lido
o covarde não espera
o início de tudo
que pode tocar
a fissura do instante
não é a mesma
deixada num pano de fundo
ao deserto de alguém
quando alguém
tem Pândora viajando
na têmpora
os vidros enfumaçados
que nada tragam
antes um frio
desaba lá fora
quer ter uma fome qualquer
saciada no ventre
em anseios malignos
do nada
que não desprende
fica solto alimentado
no estranho fantasma
de um papel dobrado
com dizeres cítricos calados
a fala fica escondida
num não sei aonde
que volta querendo
a presa
olhos de fera
olhando a lua acesa
entre estrelas
contos navegados
num calendário
prometem desafios
não dizem nada
entre as certezas dela
estão outras delirantes
donzelas
querendo ficar nuas
num “lugar escuro”
que nomeia peles
entregues sem armadura
sem pose nenhuma
estas escadas
deveriam me levar
ao inferno de lúcifer
quero o saber do pecado
quero saber onde
o ídolo guarda seu rastro
qual astro surge
quando ele aparece
ela desce
há um caminho permitido
diz a placa
há um caminho proibido
que não tem marcas
há um desconhecido
parado no sinal vermelho
esperando vítimas
há uma repulsa
do intocável
meu lado amável
se ofusca
quero o desespero
nas veias
cortado por cartas...